Esgrimir (es·gri·mir): verbo regular.
1. Manejar armas brancas; Lutar; Jogar armas.
2. [Figurado] Empenhar-se em qualquer luta.
3. Discutir.
4. Esforçar-se.
("esgrimir", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2023, https://dicionario.priberam.org/esgrimir).
Quando comecei a escrever “1740 – A história de Anna” precisava representar uma mulher única, nada comum ao século XVIII. Com poucas informações sobre a pessoa real na qual ela foi baseada a não ser que havia sido treinada como qualquer homem, fui pesquisar sobre as armas e atividades mais praticadas naquele período. Então, conheci a esgrima. Aprendi sobre o verbo “esgrimir” que eu tinha certeza (errada!) de que era “esgrimar”. Depois, precisei me familiarizar com o esporte, suas técnicas, regras e tradição.
O pai de Anna é o chefe da guarda de Sua Majestade em Portugal, mas ele aprende a esgrimir com os maiores, os franceses, que na era do rei Luís XIV, chegou ao ápice no país. Era o século XVIII, o tempo dos mosqueteiros, que se tornaram por fim mais famosos pelo uso de suas espadas do que de seus mosquetes (arma de fogo).
Segundo Romilson Costa de Lima (26), técnico deste esporte, a esgrima era “inicialmente, utilizada para caça e sobrevivência. Entretanto, com a evolução das armas e da humanidade, passou a se tornar arma de combate, sendo abolida somente com o surgimento das armas de fogo. Atualmente, existe apenas a esgrima esportiva, sendo esta dividida em três diferentes tipos de armas, a saber: espada, florete e sabre, representando os antigos armamentos utilizados em combate e treino.”
A minha personagem é mestre no florete que, ainda segundo Romilson, "por ser uma arma leve apresenta uma técnica elegante e complexa e é considerada a mais difícil das armas. Pode-se dizer que é a mais pura forma de esgrima”.
Anna não só se torna especialista na arte, como o pai, mas também irá ensiná-la para outra personagem, Sofia. Contudo, naquela época apenas nobres e homens é que podiam treinar este esporte, que se consolidaria como tal no final do século. Ainda hoje, segundo a professora de educação física e praticante de esgrima Fabíola Nascimento Silva, “nas academias onde se praticam a esgrima, o fato é que a maioria dos praticantes são homens. No entanto, a minoria das mulheres que pratica é mais determinada e assídua. Ao praticar a esgrima, como mulher, a sensação que tenho em lutar com uma espada é de ‘poder’. E lutar com uma arma sabendo que não irá machucar seu oponente e sim que deverá traçar estratégias para vencê-lo, essa sensação é ainda maior.”
A esgrima tem um aspecto bastante importante dentro da “História de Anna” e, por isso, eu quis compartilhar com vocês um pouquinho do que conheci e desse “poder” e fascínio que o esporte traz até os dias atuais. Mas, se quiser saber mais, deixarei também disponível a entrevista que fiz com os professores citados acima. E aí, bora esgrimir?
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